O forró perdeu um de seus pilares. O corpo do cantor e compositor Antônio Barros foi sepultado no fim da tarde deste domingo (6), no Cemitério Parque das Acácias, em João Pessoa. O velório, que começou por volta das 13h, foi marcado por emoção, sanfona e canções que atravessam gerações.
Aos 95 anos, Antônio Barros partiu deixando um legado que não cabe em cifras, mas se espalha em clássicos gravados por Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Trio Nordestino e tantos outros que fizeram (e ainda fazem) o forró pulsar no coração do Brasil.
Pouco depois das 17h, o caixão foi fechado e a despedida ganhou tom de celebração. Cecéu, parceira na vida e na música, jogou rosas sobre o corpo do marido: “Essas rosas é para o coração da minha vida. É pra você, meu amor. Vá em paz”, disse, com a voz embargada. Mayra, filha do casal, repetiu o gesto: “Para meu eterno escudo e amor da minha vida.”
O velório contou com a presença de nomes fortes do forró, como Alcymar Monteiro, Jorge de Altinho e integrantes da banda Cavaleiros do Forró. A sanfona não parou, e os presentes transformaram a despedida em homenagem viva, como bem resumiu Mô Lima:
“Enquanto houver fogueira, balão e sanfona, nosso mestre vai estar presente.”
Alcymar Monteiro foi direto:
“Antônio Barros é sinfonia, é nordestinidade pura. O que ele fez, ninguém mais faz. Ele é história — e história ninguém apaga.”
Antônio Barros estava internado há dois meses em um hospital particular da capital paraibana. Morreu na manhã deste domingo em decorrência de complicações do Mal de Parkinson.
O Brasil perde um artista. O Nordeste perde um símbolo. Mas a música... a música ganhou eternidade.
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