O Exército e a Polícia Militar realizaram na manhã de hoje um cerco ao acampamento golpista em Brasília. Mais de 40 ônibus removeram ao menos 1.500 radicais bolsonaristas para a superintendência da Polícia Federal —o número exato de pessoas será divulgado após triagem. As informações são da Comunicação Social do Exército. Ainda não há definição do que vai acontecer. Segundo fontes da Polícia Federal, a situação depende de quais crimes serão imputados a cada um dos detidos. A reportagem apurou que os bolsonaristas serão fichados e alguns podem responder por tentativa de golpe de Estado.
Ainda não há definição do que vai acontecer. Segundo fontes da Polícia Federal, a situação depende de quais crimes serão imputados a cada um dos detidos. A reportagem apurou que os bolsonaristas serão fichados e alguns podem responder por tentativa de golpe de Estado. A estimativa da PF é que foram enviados 1.200 golpistas em 50 ônibus (mas esse não é um número oficial).
Os golpistas não ofereceram resistência e aceitaram entrar nos ônibus, segundo um oficial militar. Ainda há algumas pessoas no acampamento —foi permitido a elas recolher seus pertences. Eles chegaram cantando o hino nacional à PF, onde serão identificados. Haverá uma separação entre os que foram ao ato terrorista ontem e os que estavam apenas acampados. Os agentes não sabem exatamente o que vai acontecer, estão esperando ordens superiores.
1.500 golpistas podem ter escapado. Estima-se que 200 acampados ocupavam o local até a última sexta-feira (6). No final de semana, depois da convocação nas redes bolsonaristas, acredita-se que esse número subiu para 3 mil pessoas. Decisão do ministro Alexandre de Moraes determinou prisão de extremistas e verificação nos hotéis, onde estariam os financiadores da tentativa de golpe.
A Reportagem do UOL presenciou bolsonaristas que saíram sem serem importunados, mesmo com a área cercada por centenas de viaturas e milhares de homens das forças de segurança. Estes não são casos isolados. Pessoas com camisa verde e amarela deixavam hotéis de Brasília ao amanhecer; As vias de acesso ao QG tinham vários golpistas saindo a pé; Durante a noite, a saída de extremistas do QG era tamanha que havia considerável movimento.
Como foi o cerco ao acampamento Carros por todo lado, helicóptero voando baixo e acampamento golpista cercado. As forças de segurança realizaram uma operação no entorno do quartel-general do Exército em Brasília com: Canil da polícia; Militares e policiais exibindo armas; Vários ônibus camuflados estacionados próximo ao acampamento; Helicóptero voando baixo; Caminhonetes com militares na carroceria circulando pelo acampamento. Por volta das 10h, militares inspecionaram as barracas dos golpistas. Extremistas fogem ou observam a ação. Diante da demonstração de força, os golpistas ficaram em silêncio. A reação deles já sugeria que não haveria disposição para resistir.
As calçadas das vias de acesso ao QG estavam cheias de pessoas com malas deixando o local. Eles passaram ao lado de militares e não foram impedidos de ir embora. Havia muitos soldados e carros na retaguarda. O local foi monitorado pelo alto por um drone. O dono de um gerador alugado pelos extremistas foi chamado para retirar o equipamento. Mas ele chegou depois que o local foi cercado e torce para o gerador não ser avariado. Ontem, manifestantes golpistas invadiram e depredaram os prédios do Congresso Nacional, do STF (Supremo Tribunal Federal) e do Palácio do Planalto após furarem o bloqueio feito pela Polícia Militar do Distrito Federal na Espanada dos Ministérios.
Como é o acampamento
Na frente do QG do Exército fica uma praça, e atrás dela está outro quartel. A praça é grande, maior do que dois quarteirões. Toda essa área está cercada por forças de segurança. As barracas dos extremistas chegaram a ocupar boa parte da praça em 2022, mas com a posse de Lula em 1º de janeiro a atividade golpista minguou e só restaram as barracas mais próximas à calçada que margeia a avenida que passa na frente do QG. O acampamento tem dois restaurantes, contêiner com chuveiro, geradores e palco com sistema de som. Todos os dias as caixas d'água eram abastecidas por caminhões pipa. Também havia serviço de coleta de lixo por parte do governo e limpeza dos canteiros das praças.
Felipe Pereira e Vinicius Nunes
Do UOL e colaboração para o UOL, em Brasília
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