Uma startup é sinônimo de inovação, são modelos de negócios baseados na inovação. A ideia é buscar alternativas diferentes das já existentes no mercado e essa inovação deve-se aplicar ao produto ou ao serviço, transformando essa característica em uma vantagem competitiva em relação a outras empresas consolidadas. Segundo uma pesquisa divulgada pela Inteligência de Vendas da Córtex, no primeiro semestre de 2022, 11.562 startups estão ativas pelo Brasil, o Nordeste concentra 5,6% desse total que são amparadas por um ecossistema de inovação. Esses dados mostram como os projetos baseados na inovação e na criatividade estão em alta no mercado.
Para incentivar o crescimento de novas ideias, o ecossistema de inovação é um pilar fundamental de desenvolvimento empresarial. Através desse sistema colaborativo entre empresas, governos, universidades e sistemas, são adquiridas trocas de experiências e resultados que influenciam em uma inovação efetiva. Os resultados garantidos pelo ecossistema de inovação vão desde a atração de talentos que buscam se destacar no mercado, como parcerias e colaboração entre as pequenas e grandes empresas. Além disso, o crescimento acelerado é um ponto chave nas startups.
Um desses programas que estimulam negócios inovadores e aceleram as startups, através de mentorias, é o HUB PB, programa gratuito criado em parceria entre SENAI da Paraíba, o IEL e o Sebrae, que atua como um agente de inovação e tecnologia em prol do desenvolvimento das startups no mercado de trabalho. Através do serviço de aprendizagem, as empresas inovadoras passam por tutorias e programas que visam o empreendedorismo e o crescimento de maneira eficiente.
Para explicar sobre o ecossistema de inovação e como o SENAI da Paraíba atua para o desenvolvimento de startups, entrevistamos Fabiana Hiluey, supervisora do Núcleo de Inovação, Tecnologia e Projetos da instituição.
O que é uma startup e quais são as suas características no mercado?
Fabiana Hiluey - Startup é uma empresa de inovação que precisa ter algo diferente do que já existe no mercado, de forma que isto seja uma vantagem competitiva. A startup tem um modelo de negócio repetível e escalável, ou seja, um negócio repetível é aquele que consegue entregar o mesmo produto ou serviço em escala e de maneira ilimitada. E escalável é onde o impacto é desproporcionalmente grande quando comparado com as empresas que atuam no mesmo mercado. Isso só acontece quando a tecnologia é a intermediadora na entrega de produtos e serviços. Ser escalável significa crescer rapidamente sem que isso influencie no modelo de negócios.
Quais as ações que o SENAI desenvolve nesse contexto das startups?
Fabiana Hiluey - O SENAI da Paraíba hoje atua fortemente dando oportunidade de crescimento para as Startups da região. São duas iniciativas de oportunidades: o HUB PB, um programa de pré-aceleração para startups e a Plataforma de Inovação para a Indústria. O HUB PB vem com o objetivo de promover e estimular o empreendedorismo através de ações voltadas para a pré-aceleração de negócios inovadores. A Plataforma de Inovação para a Indústria, financia o desenvolvimento de produtos, processos ou serviços inovadores, com o objetivo de aumentar a produtividade e a competitividade da indústria brasileira, além de promover a otimização da segurança e saúde na indústria.
O HUB-PB é um programa de pré-aceleração desse ecossistema de inovação das startups, mas de que forma esse programa colabora no fomento e desenvolvimento dessas startups?
Fabiana Hiluey - O SENAI da Paraíba, em 2021, em parceria com o SEBRAE e IEL da Paraíba, lançou a 1ª Edição do HUB PB. O HUB PB é um Programa de pré-aceleração para Startups, cujo objetivo é fomentar o empreendedorismo e o ecossistema de startups da Paraíba, oferecendo para as Startups mentorias e prototipagem digital e física das soluções inovadoras, além de apoiar o amadurecimento de projetos que possuem alto potencial de crescimento e impacto na indústria paraibana. Atualmente, o HUB PB está na 2ª edição acelerando 13 startups paraibanas. Os mentores do programa são referências no mercado de startups. Nessa edição contamos com a equipe do Origem by Darwin que já participou de programas que capacitaram no ano passado mais de 62 startups e 164 empreendedores.
Como funciona o HUB-PB?
Fabiana Hiluey - O Programa seleciona anualmente até 20 projetos. O HUB proporciona a capacitação dos empreendedores de forma conectada às mais recentes metodologias de desenvolvimento de negócios de alto impacto. As startups selecionadas passam por uma imersão de quatro meses, participando de uma série de workshops e sessões de mentoria para torná-las mais estruturadas e preparadas para crescer, além de atuar de forma integrada com o ecossistema local através de eventos de networking. Todas as startups têm o apoio do SENAI, SEBRAE e IEL, desde a elaboração do modelo de negócio, de pitchs, até o suporte no processo de prototipagem, para que possam colaborar com o aumento da produtividade e o potencial inovador do setor industrial. Além disso são oferecidas pela instituição um portfólio de consultorias para que as indústrias ampliem o seu potencial inovador, gerando ganhos para a produtividade e fortalecimento da marca das empresa
Quais os requisitos para um se inscrever no Programa de Aceleração?
Fabiana Hiluey - As startups precisam ser de base tecnológica, possuir Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) com até dois anos de existência, anteriores à data de inscrição do programa e que não possuírem débitos fiscais. Também podem se inscrever microempreendedores individuais, micro ou pequena empresa com CNPJ ativo e pessoa física com uma solução inovadora. Além disso, as ideias inovadoras a serem apresentadas deverão ser enquadradas em, ao menos, uma das seguintes linhas de atuação: agronegócio, alimentos e bebidas, automação industrial, automotiva, construção civil, cidades inteligentes e sustentáveis, couro e calçado, economia circular, educação, energias renováveis, internet das coisas (IoT), logística, metalmecânica, meio ambiente, negócios de impacto social, tecnologias para a saúde e têxtil e confecção. É permitida a submissão de mais de um negócio inovador por pessoa física ou pessoa jurídica, no entanto, será elegível a aprovação apenas de uma ideia inovadora por pessoa física ou pessoa jurídica.
Quais quesitos são avaliados para a seleção das startups?
Fabiana Hiluey - As startups são avaliadas em uma série de fatores: sobre o olhar empreendedor e equipe, observando o domínio do negócio e tecnologia e a expertise na área do projeto; também é avaliado o negócio, com o conhecimento sobre o problema a ser resolvido, conhecimento sobre o público alvo e concorrentes, o modelo de negócio e potencial de escalabilidade, e o tamanho do mercado de atuação; outro quesito é a solução, a coerência entre o problema e a solução apresentada, o grau de inovação e o estágio de desenvolvimento e validação. As instituições parceiras defendem que as ideias inovadoras selecionadas deverão estar em consonância com os 17 Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
Campina Grande possui um grande ecossistema de inovação. Qual o potencial da cidade no desenvolvimento de startups e como o SENAI atua nesse processo?
Fabiana Hiluey - Somos a 6ª cidade mais inovadora do Brasil, então, se tratando de uma cidade com um setor industrial empreendedor, o SENAI da Paraíba tem colaborado para que Campina Grande se destaque nacionalmente, principalmente no que se diz respeito às startups. Uma das formas de apoio é através do Programa HUB PB, onde a instituição em parceria com o Instituto Euvaldo Lodi e o SEBRAE da Paraíba colaboram com o amadurecimento de projetos tecnológicos e todo o desenvolvimento deles acontece em laboratórios do SENAI. Além disso, através dos Institutos SENAI de Tecnologia em Automação Industrial e Eficiência Operacional, ambos em Campina Grande, bem como o Instituto SENAI de Tecnologia em Têxtil e Confecção em João Pessoa, contribuímos para o desenvolvimento tecnológico de toda a Paraíba, por meio de consultorias em soluções de tecnologia e inovação buscando aumentar a produtividade e a competitividade da indústria.
Texto/Colaboração: Laura Almeida
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