A Prefeitura de Cabedelo, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas), promoveu, nesta quinta-feira (17), no Teatro Santa Catarina, o Festival da Consciência Negra.
O evento marcou as comemorações do Dia Nacional da Consciência Negra – 20 de novembro, que tem por objetivo despertar a percepção histórica e cultural do povo negro, assim como a promoção da luta contra a descriminação racial e a desigualdade social.
O Festival levou ao palco da casa de espetáculos municipal uma exaltação à negritude e pôs em destaque o protagonismo dos jovens usuários dos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos (SCFV), que foram responsáveis pelo comando do cerimonial de apresentação, bem como da composição das performances musicais e teatrais.
No hall do teatro também foi exibida uma exposição de trabalhos artísticos confeccionados pelos usuários dos serviços sobre a temática negritude e a presença negra na sociedade.
A apresentação foi toda pontuada pela leitura de textos de reflexão e de afirmação sobre a condição negra no Brasil e no mundo pela citação de frases de expoentes artísticos e líderes mundiais. Também se fez presente a representatividade na dança, no canto, na dramatização e na música de origem e expressividade genuinamente afro. Os trabalhos apresentados levam a orientação e a criação dos facilitadores do projeto
“Esta data se reveste de um caráter especial para nós da Assistência, pois nosso trabalho envolve especificamente a implementação de políticas voltadas para os setores mais vulneráveis e que, infelizmente, no Brasil, inclui segmentos próximos à linha da pobreza, dos quais uma parcela significativa é composta por negros e pardos. Trabalhamos, ademais, com jovens em período de formação, usuários de primeira hora dos Serviços de Convivência, cuja formação exige a aproximação ou mergulho em conteúdos que foquem a percepção acerca do negro na sociedade, sua importância e os desafios que enfrenta dia a dia numa sociedade tão preconceituosa e excludente. Assim, nossos jovens e coordenadores prepararam uma manhã cheia de surpresas para celebrar a data e promover reflexões sobre o tema”, declarou a secretária da Assistencia Social, Cynthia Denize Cordeiro.
Os usuários do Cras e Reviver I puseram em cena o tema de respeito às origens em cena, com uma coreografia inspirada no tema Ancestralidade. Em seguida, o público presente foi convidado a lembrar de outra vertente do processo de inclusão social, com a apresentação de dança intitulada Sorriso Negro, com a representante da Coordenação de Pessoa com Deficiência.
Na atração seguinte, um grupo de usuários do Reviver II explorou a condição negra no tema “Eu sou”, sobre canção interpretada por Negra Li, uma coreografia dedicada à autopercepção e à afirmação do indivíduo em sociedade. Depois, o Reviver I trouxe ao palco o Grupo de Canto Coral para apresentação do tema “Maria, Maria”, de Milton Nascimento, um hino à força, à fibra e à fé da mulher negra.
O terceiro bloco de atrações teve início com a dramatização intitulada “Me gritaram Negra”, com os jovens do Cras, uma referência aos casos de preconceito e descriminação que a tantos atinge. Finalizando o evento mais três atrações. A coreografia sobre o tema “Raízes e seu lugar”, o Desfile da Beleza Negra e a apresentação da percussão, essas últimas envolvendo performances, individuais e grupal, de usuários dos SCFV.
“Este festival tão bem organizado é um convite para reflexão. Uma geração de pensar que se faz com a recorrência à cultura, à música, ao teatro, ao canto, de forma lúdica e que certamente contribui primeiramente para o protagonismo dos jovens e fortalece a consciência sobre tantas questões relativas ao povo negro como a descriminação, o racismo e a exclusão social. É um caminho seguro para o despertar de movimentos em torno da fraternidade, da participação e, sobretudo, da superação de todos os preconceitos”, definiu o secretário da Rede Margarida Pró Crianças e Adolescentes (Remar), Lorenzo Delaini.
O Dia da Consciência Negra foi oficialmente instituído no país em 2011, por meio da lei 12.219 (10/11/011), e é uma homenagem ao líder quilombola Zumbi dos Palmares, morto em 1695, e reivindica sua a figura histórica como símbolo de resistência.
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