A Secretaria de Estado da Saúde da Paraíba (SES-PB) emitiu um novo alerta sobre o crescimento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre crianças, em razão do atual período de sazonalidade das doenças respiratórias e da baixa adesão à vacinação contra a influenza. Inicialmente prevista para encerrar em maio, a campanha de vacinação foi prorrogada até 31 de julho, com o objetivo de aumentar a cobertura entre os grupos prioritários e evitar o agravamento dos quadros clínicos.
Segundo o Boletim Epidemiológico de Vírus Respiratórios, publicado em 2 de junho, a Paraíba notificou 1.807 casos de SRAG até a 22ª semana epidemiológica, com a maior concentração em crianças de zero a cinco anos. Os exames laboratoriais identificaram como principais agentes os vírus Influenza A, Rinovírus e Vírus Sincicial Respiratório (VSR). Em 2025, já foram confirmadas 31 mortes por vírus respiratórios, sendo 10 causadas pela Influenza A.
A cobertura vacinal abaixo do ideal preocupa as autoridades. Entre os grupos prioritários, apenas 35,69% das crianças, 37,92% dos idosos e 43,77% das gestantes foram imunizados, índices muito abaixo da meta de 90% estipulada pelo Ministério da Saúde. A extensão da campanha busca proteger os mais vulneráveis e reduzir internações e óbitos.
A chefe do Núcleo de Imunização da SES, Márcia Mayara Fernandes, enfatiza que a vacinação é essencial diante da maior circulação viral. “A vacina contra a influenza é fundamental para prevenir casos graves, internações e mortes, além de evitar a sobrecarga do sistema de saúde. A meta ainda está distante, mas a prorrogação até 31 de julho de 2025 é uma oportunidade para que crianças, idosos e gestantes atualizem sua proteção”, afirmou.
A gestora reforça que todas as pessoas a partir dos seis meses de idade que ainda não foram vacinadas em 2025 devem procurar uma sala de vacinação próxima, conforme a disponibilidade em cada município. A vacina é segura, eficaz e oferecida gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
A pediatra Thaís Ferreira, coordenadora em urgência e emergência do Complexo Pediátrico Arlinda Marques, referência no atendimento infantil no estado, ressalta o impacto das condições climáticas e do comportamento social. “Estamos em um período de alta circulação de vírus respiratórios em todo o Nordeste, agravado pelas variações de temperatura e pela permanência em locais fechados. Isso tem gerado aumento expressivo de atendimentos com sintomas gripais”, relatou.
A orientação da SES-PB é que casos leves sejam encaminhados para a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. Já em casos graves, como respiração com esforço, chiado no peito, coloração arroxeada nos lábios ou unhas, sonolência excessiva, irritabilidade, recusa alimentar, vômitos constantes ou febre alta que não cede, o encaminhamento imediato para serviços de urgência é indispensável.
A Secretaria de Saúde reforça que a vacinação continua sendo uma das estratégias mais eficazes para conter o avanço das síndromes respiratórias graves, aliviar a pressão sobre a rede hospitalar e salvar vidas durante o período de maior circulação viral.