Geral Gripe Aviária
Gripe aviária: ovos de granja com caso confirmado estão rastreados e sendo destruídos, informa o Mapa
O foco foi registrado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e acendeu o alerta sanitário no setor avícola nacional.
19/05/2025 02h24
Por: Políticas & Negócios Fonte: Claudete Leitão

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou que já rastreou todos os ovos para incubação originados da granja onde foi detectado o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em aves comerciais no Brasil. O foco foi registrado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, e acendeu o alerta sanitário no setor avícola nacional.

Esses ovos foram destinados a incubatórios em Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul, e, segundo o Mapa, todas as medidas de saneamento previstas no plano de contingência para a gripe aviária e para a doença de Newcastle já estão sendo executadas — entre elas, a destruição dos ovos fecundados.

Como parte dessas ações, o governo de Minas Gerais descartou 450 toneladas de ovos e materiais relacionados nesta sexta-feira (17), em uma medida preventiva para evitar a propagação do vírus.

“A iniciativa mostrou-se necessária para manter o controle sanitário, seguindo planos prévios para possíveis ocorrências do tipo, garantindo contenção e erradicação da doença e a manutenção da capacidade produtiva do setor”, informou o governo mineiro em nota oficial.

Apesar do alarde, o Mapa reforçou que não há comprovação de contaminação nos ovos rastreados e destacou que todas as providências estão sendo tomadas para proteger a avicultura nacional.

Gripe aviária: risco não está no consumo

O vírus da IAAP não é transmitido por meio do consumo de carne ou ovos, segundo o próprio Ministério da Agricultura. O contágio ocorre principalmente por contato direto com aves infectadas ou ambientes contaminados, e a doença representa risco alto para aves, mas baixo para seres humanos, com raros casos de transmissão entre pessoas.

Ainda assim, a repercussão internacional foi imediata. China, União Europeia e Argentina suspenderam temporariamente as importações de carne de frango brasileira, mesmo com o foco sendo localizado e controlado. A suspensão tem prazo inicial de 60 dias, e no caso da China e da UE, atinge todo o território nacional, por exigência dos acordos comerciais firmados com o Brasil.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertava há anos para o risco de surtos de IAAP. Desde 2006, casos vêm sendo registrados com frequência crescente na Ásia, África e norte da Europa — e agora o Brasil entra no radar.

O governo federal tenta agora conter o surto de forma rápida para proteger um dos principais setores do agronegócio brasileiro, responsável por grandes volumes de exportação e por milhões de empregos diretos e indiretos. O momento é de atenção máxima, mas com ações rápidas e articuladas para impedir qualquer crise sanitária maior.