Geral Taxação
Lula diz que o Brasil adotará reciprocidade caso EUA apliquem tributação
O Presidente reforça que, se Washington aumentar as tarifas sobre os produtos brasileiros, o país responderá na mesma medida.
06/02/2025 11h29
Por: Políticas & Negócios Fonte: Claudete Leitão

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quarta-feira (5), que, caso os Estados Unidos imponham tarifas sobre produtos brasileiros, o Brasil responderá com medidas equivalentes. Em entrevista às rádios de Minas Gerais, Lula destacou que a reciprocidade é um princípio básico nas relações comerciais. “O mínimo de decência que um governo pode ter é aplicar a lei da reciprocidade”, declarou.

O presidente norte-americano, Donald Trump, tem defendido a aplicação de tarifas sobre países que mantêm superávit comercial com os EUA, como China, México e Canadá. O Brasil, no entanto, enfrenta um cenário diferente, registrando déficit comercial — ou seja, importa mais do que exporta para os americanos. Apesar disso, o país pode ser impactado pelos desdobramentos da guerra comercial promovida por Washington.

Lula ressaltou que a Organização Mundial do Comércio (OMC) permite que os países apliquem taxas de até 35% sobre produtos importados. Segundo ele, o ideal seria que os Estados Unidos reduzissem suas tarifas para que o Brasil fizesse o mesmo. Porém, caso novas barreiras sejam impostas, o governo brasileiro não hesitará em adotar contramedidas. “Se qualquer país aumentar a tributação para o Brasil, nós faremos o mesmo”, garantiu.

O presidente também criticou a polarização nas relações internacionais e defendeu a retomada da diplomacia como forma de evitar conflitos econômicos. “O mundo precisa de paz e serenidade. Não há necessidade de transformar isso em uma questão ideológica”, afirmou.

Lula ainda destacou que os EUA corrigem o risco de se isolar ao adotar medidas protecionistas, ressaltando a importância do comércio global. “Nenhum país, por mais poderoso que seja, pode brigar com todo o mundo o tempo todo”, disse, lembrando que o Brasil já conseguiu abrir 303 novos mercados para seus produtos durante seu governo.