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Anúncio de pacote fiscal de Haddad gera confusão e falta de clareza
Apesar do esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em apresentar as mudanças em cadeia nacional, na ultima quarta-feira (27), a comunicação falha e a complexidade das propostas acabaram ofuscando o impacto esperado.
02/12/2024 09h35 Atualizada há 2 dias
Por: Políticas & Negócios Fonte: Claudete leitão

O pacote de medidas econômicas apresentado pelo governo federal na última semana trouxe mais dúvidas do que respostas para o mercado financeiro e economistas. Apesar do esforço do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em apresentar as mudanças em cadeia nacional, na ultima quarta-feira (27), a comunicação falha e a complexidade das propostas acabaram ofuscando o impacto esperado.

Logo após o anúncio, mensagens em aplicativos se tornaram reflexo da confusão gerada. “Quem não estiver confuso não está bem informado” foi uma das frases compartilhadas por analistas. Internamente, integrantes do Executivo também expressaram insatisfação com a pouca visibilidade dada a medidas rigorosas que poderiam fortalecer a credibilidade do pacote.

Entre os destaques da proposta, a isenção no Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000 recebeu atenção limitada e informações desencontradas. Inicialmente, foi divulgado que os benefícios se estenderiam parcialmente até R$ 7.500, mas a Fazenda corrigiu o valor para R$ 6.980. Além disso, a alíquota de 10% para rendas acima de R$ 1,2 milhão foi apresentada de forma imprecisa, gerando mais ruídos.

Outro ponto sensível foi a revisão de benefícios sociais, como o Benefício de Prestação Continuada (BPC). As mudanças incluem critérios mais rígidos para concessão e ajustes na definição de deficiência, o que pode reduzir o número de beneficiários. No entanto, os detalhes dessas alterações não foram devidamente explicados, deixando a população sem informações claras sobre o impacto das propostas.

A apresentação técnica do pacote, que deveria trazer maior transparência, deixou lacunas importantes. Mesmo temas como o ajuste no salário mínimo, que terá crescimento reduzido em 2024, foram apresentados sem detalhamento sobre valores.

A falta de clareza nas comunicações não apenas ampliou a desconfiança no mercado, mas também dificultou a avaliação sobre o impacto fiscal das medidas. Economistas e analistas ainda se questionam sobre o alcance real do pacote, que depende de aprovação no Congresso para começar a valer.

Enquanto isso, o governo tenta recuperar a narrativa e alinhar as informações, mas os ruídos gerados no lançamento das medidas já criaram desafios adicionais para a consolidação das mudanças propostas.